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Thursday 24 February 2011

OS NOMES DE DEUS NO CANDOMBLÉ.

Foto tirada pelo Babalorixá Erick T'Osalá.
-Escultura Central da sala de festejo público do
Ile Babá Omi,representando Oxaguiã Ajagunã.


OLORUN, OLODUMARE, OLOFIN – OS NOMES DE DEUS.


Segundo a filosofia religiosa africana, O Criador encontra-se em plano tão superior em relação aos seres humanos e, é de tal forma inexplicável e incompreensível, que inútil seria manter-se um culto específico em sua honra e louvor, já que o Absoluto não pode ser alcançado pelo ser humano em decorrência de suas limitações e imperfeições.


Olorun é o nome mais comumente usado para designar a Divindade Suprema, e esta preferência de uso está ligada à sua aceitação por parte dos islamitas e dos cristãos, que adotaram-no como sinônimo, tanto de Alá, quanto de Jeová.


O termo é fácil de ser analisado e traduzido, uma vez que se compõe de duas palavras apenas: “Ol” de Oni (dono, senhor, chefe) e “Orun” (céu, mundo onde habitam os espíritos mais elevados), formando “Olorun” – Chefe, Proprietário ou Senhor do Céu.


O termo “Olodumare” propõe uma idéia mais completa e de maior significado filosófico. Desmembrando a palavra, encontramos os seguintes componentes: “Ol”, “Odú” e “Mare”, que passamos a analisar separadamente.


O prefixo “Ol” resulta da substituição, pelo “l” das letras “n” e “i” da palavra “Oni” (dono, senhor, chefe), prefixo utilizado, modificado, ou em sua forma original, para designar o domínio de alguém sobre alguma coisa (propriedade, profissão, força, aptidão, etc.). Ex.: “Olokun” – Senhor dos Oceanos.


O termo intermediário “Odu”, possui diversos significados, dependendo das diferentes entonações na sua pronúncia, que no caso é “ôdu” e que reunido ao prefixo “ol”, resulta em “Olodu”, cujo significado é: “Aquele que possui o cetro ou a autoridade“, ou ainda: “Aquele que é portador de excelentes atributos, que é superior em pureza, grandeza, tamanho e qualidade”.


A última palavra componente “mare” é, por sua vez, o resultado do acoplamento de dois termos “ma” e “re”, imperativo que significa: “não prossiga”, “não vá“. A advertência contida no termo, faz referência à incapacidade do ser humano, inerente à sua própria limitação, de decifrar o supremo e sagrado mistério que envolve a existência da Divindade.


Olofin é também uma das designações da Divindade suprema. Quando em extrema aflição, os nagôs costumam solicitar o auxílio divino, invocando os três nomes: Olorun! Olofin!